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Demonização de Cosme e Damião por evangélicos dá corda para intolerância religiosa 1x2m1k

  • por Anna Virginia Balloussier | Folhapress
  • 26 Set 2021
  • 15:43h

Foto: Reprodução / JCne10 3l5d3k

O filho de Jaciele Souza, 30, chegou em casa achando que tinha feito besteira. "Ele contou que a pregação na igreja foi contra os doces. 'Mãe, o pastor disse que não pode consumir, não, que as crianças ficam doentes se comerem'", a empregada doméstica reproduz o que ouviu do pré-adolescente de 11 anos.
Ele também contou que a mãe de uma amiga, quando a viu com o saquinho cheio de balas, jogou tudo no lixo. Era evangélica.

Católica de batismo que quando criança ia com a mãe a uma Assembleia de Deus, Jaciele hoje não tem religião específica. Gosta de várias.

Já o filho vai a reuniões da Força Jovem Universal em Paraisópolis (zona sul de São Paulo), e foi numa delas que ouviu a sentença contra as guloseimas tradicionalmente distribuídas numa das festas mais populares de algumas religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé.

Longe de isolados, relatos como o de Jaciele ajudam a escrever um capítulo da intolerância religiosa contra religiões afrobrasileiras: a aversão ao Dia de Cosme e Damião, celebrado no domingo (26), por católicos, ou na segunda (27), por umbandistas e candomblecistas.

A data está na memória afetiva de muitos brasileiros por causa da partilha de sacos cheios de doces como pé de moleque, pirulito e paçoca.

A encrenca maior é com a celebração das crenças afro, dedicada a entidades infantis chamadas de erês. Para contingentes evangélicos, manifestações demoníacas.

 

 

Marcos Lima, que é pai de santo em Duque de Caxias (RJ), conta que essa era uma dos festejos mais adorados em seu terreiro. Virava um formigueiro, tantas eram as pessoas da vizinhança que atraía. "Hoje é praticamente restrita aos membros da casa, e não damos mais doces", diz. Não vê por quê.
Os 500 saquinhos de gulodice que entregavam caíram para zero. "Nos últimos dez anos, fomos diminuindo. Não são mais aceitos pelas pessoas. Elas simplesmente não vêm à festa. E, se formos distribuir na rua, as mães proíbem as crianças de pegar."

São mulheres que, na última década, engrossaram a escalada evangélica no Brasil. Não é regra que igrejas dessa fé preguem contra o Cosme e Damião. Mas é praxe.

"Há uma campanha de demonização que corre nas redes sociais todos os anos", afirma Lima. Fala de vídeos como este que recrimina, em melodia infantilizada, quem topa a oferta açucarada: "Doces que vêm de graça/ oferendas e promessas/ já aceitei Jesus/ e não caio nessa".

A Universal do Reino de Deus, igreja frequentada pelo filho de Jaciele, já publicou em seu site um texto para sustentar por que o dia merece o desprezo de seus fiéis. "É importante saber o que está realmente por trás de tal celebração", afirma o artigo.

 

Vamos por partes: Cosme e Damião foram irmãos nascidos na região da península Arábica por volta de 260 d.C. Gêmeos, médicos e cristãos, foram perseguidos pelo imperador romano da vez. O império, em sua sanha contra aquela nova fé, lhes reservou a tortura e a degola. A Igreja Católica fez deles santos.
Corta para a escravidão no Brasil. A sobrevivência de crenças africanas só foi possível porque negros escravizados aram a associar deuses que cultivavam, os orixás, a santos católicos. Daí o sincretismo religioso que se espraiou pelo país.

A mitologia de algumas religiões da África fala dos ibejis, gêmeos dos orixás Iansã e Xangô. Há variações na ascendência, mas a essência é a mesma: são entidades que representam a pureza e a bondade. Como a infância. No tradutor para o "catoliquês", viraram Cosme e Damião.

"O fato é que tanto a idolatria quanto a feitiçaria, o ocultismo, o culto aos mortos e as práticas semelhantes são condenadas por Deus, e todos aqueles que as realizam atraem maldição para si e para os seus descendentes", afirmou a Universal em 2018.

 

Naquele ano, a igreja promoveu em seus templos, bem no 27 de setembro, o "domingo da bênção para os filhos". Dizia-se interessada em protegê-los "de toda influência maligna que ronda o fim do mês de setembro".
Em 2020, o culto se repetiu. "Nossos filhos estão sendo expostos a um mundo que é contra Deus. Tudo o que eles consomem combate ao que você tem ensinado a eles, aos princípios de fé, justiça, de certo e errado", disse naquele mesmo setembro o bispo Renato Cardoso, casado com uma filha do líder da Universal, Edir Macedo, no principal endereço da denominação, o Templo de Salomão.

Pedro Luis Barreto Litwinczuk, o Pedrão, pastor da Comunidade Batista do Rio, vê motivos para fiéis "não darem ibope" aos irmãos médicos. Foram "pessoas fantásticas, e a gente não renega o valor das pessoas valiosas em seu tempo", ok.

 

O evangélico, contudo, "tem por hábito ter somente a pessoa de Jesus Cristo", diz. A rejeição aos santos que povoam o catolicismo vem daí, inclusive.
"A preocupação é com a educação dos filhos --que eles aprendam, digamos, algo que seria contra o costume da Bíblia. Isso que é o grande negócio."

E a concorrência, segundo Pedrão, é pesada. "A garotada vê um monte de gente pegando doce. Como você vai falar para a criança cristã de cinco, seis anos que ela não pode? Demonizam para tentar proibir as crianças de participar disso."

A Universal é uma entre tantas igrejas antipáticas ao Cosme e Damião. Denisson D'Angiles e Kelly D'Angiles, pai e mãe de santo do Centro Espiritualista de Umbanda Estrela Guia, colecionam episódios de discriminação na data.

 

Galeria Religiões afrobrasileiras sofrem com intolerância religiosa Aversão de alguns ao Dia de Cosme e Damião, celebrado por umbandistas e candomblecistas, é um exemplo https://brumadourgente-br.atualizabahia.com/galerias/1711834568904138-cosme-e-damiao *** Alguns são sutis. Aconteceu em 2020, quando a casa na zona sul paulistana montou um drive thru para oferecer doces no meio da pandemia da Covid-19. "Nesse dia, estacionaram um carro bem na porta [da garagem]. O dono simplesmente desapareceu."
Colado na traseira do veículo, um adesivo do peixe cristão, central para a simbologia evangélica. Como a Estrela Guia já foi alvo de intolerância religiosa no ado, eles desconfiam de uma ação deliberada para melar a comemoração.

Seria um repeteco do ano em que, na época de Cosme e Damião, alguém retirou de propósito um cano d'água do imóvel. O vandalismo, que para Denisson partiu de vizinhos desgostosos com a casa de umbanda, por pouco não o fez cancelar a festa.

 

"Dependíamos de um banheiro só, imagina a situação constrangedora que seria", diz o líder religioso, que resolveu a situação improvisando uma tubulação no dia.
Em 2018, a ordem para acabar com uma cerimômia que o centro organizou para 500 crianças de uma comunidade no extremo sul da cidade teria partido de um chefe do tráfico local. "Ele era evangélico e disse que não podia." Acabou deixando de última hora, "numa atitude de benevolência momentânea", conta o pai de santo.

O pastor batista Marco Davi Oliveira cresceu sem poder comer os doces ensacados nas tradicionais embalagens de papel branco com detalhes em verde e rosa. "Fugia e comia, mas me sentia meio culpado. Parecia estar cometendo um grande pecado", conta.

 

Hoje até ri ao lembrar das estripulias da meninice evangélica, mas acha pouca graça no que define como "fundamentalismo religioso muito forte nas mentes das pessoas".
Galeria Cosme e Damião Celebração em homenagem aos santos gêmeos acontece em setembro https://brumadourgente-br.atualizabahia.com/galerias/nova/1612247285230335-cosme-e-damiao *** "A gente tem que respeitar o sagrado do outro", diz Nilza Valéria Zacarias, coordenadora da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito. Mas a demonização do alheio não vai ar num estalar de dedos, ela reconhece.

Para Zacarias, não tem jeito, o caminho é a educação: pastores deveriam aprender mais sobre cultura africana para "ajudar a desconstruir a ideia de que tudo relacionado à África é demonizado".

 

Até porque, hoje, os negros estão muito mais presentes nas igrejas evangélicas do que nos terreiros. Seria importante não deixar o preconceito se sobrepor ao que "por muito tempo foi lugar de resistência para nós", afirma a fiel da batista Nossa Igreja Brasileira.
Ela saca uma agem do Evangelho de Mateus: "O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem".

"Mal é o que eu digo, o que eu falo", diz Zacarias. "O que entra é só o sabor adocicado que dá alegria tanto para crianças quanto para adultos."

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Vídeo: Pastora afirma ter visto Paulo Gustavo e MC Kevin no inferno; internautas reagem b5l51

  • Redação
  • 21 Ago 2021
  • 08:44h

A mulher contou que já visitou o céu e o inferno | Foto: Reprodução/ Portal Terra

Uma pastora, identificada como Nadir, foi assunto na internet após dizer que viu o ator Paulo Gustavo e o cantor MC Kevin no inferno. Conhecida por dar conselhos a casais evangélicos e receber revelações divinas, a mulher conta que já visitou o céu e o inferno.

“O Senhor me disse: ‘Olha direito’. Quando eu olhei, era só trevas em volta dele (Paulo Gustavo), e ele não via. Ele não conseguia ver as trevas. O Senhor me dizia: ‘Os demônios o enganaram até o fim’. Este homem está no inferno. Porque nenhum homossexual entrará no meu reino, me disse o Senhor”, diz a pastora, na gravação.

Em seguida, ela afirmou que o cantor MC Kevin, que morreu no dia 16 de maio, após cair da varanda de um hotel no Rio de Janeiro também estaria no inferno. “Vi também esse cantor MC Kevin. Quando ele caiu, ele nem sentiu a morte direito. O Senhor mostrou, ele já ou do solo para o inferno”, disse Nadir.

No canal da pastora no YouTube e nas redes sociais, o vídeo gerou revolta e recebeu muitas críticas.

“Não respeita as famílias? Estão sofrendo com a dor de perderem seus entes queridos, e ainda ter que conviver com uma pessoa falando da salvação da alma por favor senhora que vergonha! Vá achar o que fazer e respeite as famílias pelo amor de Jesus…”, escreveu uma internauta. 

“Tá de brincadeira que uma pastora disse que viu Paulo Gustavo no inferno né… O cara era um filho massa, um pai maravilhoso, um esposo incrível, um ser humano lindo, mas vai por inferno por ser homossexual, e o alecrim não vai não, continua jugando aí, porteira do céu”, escreveu uma moça no Twitter.

Assista o vídeo:

Tristeza: Morre o pai do cantor Irmão Lázaro f6s1x

  • Redação
  • 20 Ago 2021
  • 09:16h

(Foto: Reprodução Redes Sociais)

Exatos 5 meses hoje da morte de Irmão Lázaro, morreu em Salvador o sr WALDEMAR, pai do cantor. Uma tristeza para família e fãs do cantor, que até hoje seguem enlutados pela morte do artista e político. Agora, com essa notícia da morte do pai, mais um dia triste para quem irava Lázaro.

Líder espírita Divaldo Franco é internado em hospital de Salvador 1i85e

  • Redação
  • 11 Ago 2021
  • 11:46h

(Foto: Reprodução)

O líder espírita Divaldo Franco, foi hospitalizado na noite desta terça-feira (10), em Salvador. O baiano de 94 anos, está internado no Hospital São Rafael, no bairro de São Marcos. A informação foi confirmada pela Mansão do Caminho, obra social fundada por Divaldo.

Segundo a assessoria, ele deu entrada no hospital para realizar exames em decorrência de uma infecção urinária. Ainda de acordo com a Mansão do Caminho, o quadro de saúde do médium é estável e, até o momento, ele não deve ar por cirurgia.

No ano ado, Divaldo Franco foi hospitalizado em São Paulo, para uma cirurgia de correção de três hérnias de disco,

'Para de ficar postando coisa de gente preta, de gay', diz pregadora em vídeo viralizado 5z6u5v

  • Redação
  • 03 Ago 2021
  • 16:20h

(Foto: Reprodução)

O vídeo da pregadora Kakau Cordeiro com declarações racistas e homofóbicas se tornou um dos registros mais compartilhados nas redes sociais, com tom de indignação.

Na gravação, Kakau aparece em uma igreja evangélica de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio e durante a pregação pediu para que os fiéis parassem de se posicionar politicamente e socialmente.

"É um absurdo pessoas cristãs levantando bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA+, sei lá quantos símbolos tem isso aí. É uma vergonha, desculpa falar, mas chega de mentiras, eu não vou viver mais de mentiras. É uma vergonha. A nossa bandeira é Jeová Nissi. É Jesus Cristo. Ele é a nossa bandeira. Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay, para! Posta palavra de Deus que transforma vidas. Vira crente, se transforma, se converta!".

A repercussão negativa e a abertura de um inquérito da Polícia Civil para analisar o discurso de ódio propagado pela pregadora, fizeram com que ela voltasse a se pronunciar, desta vez, se desculpando pela situação.

Em nota, Kakau afirmou que não tem nenhum tipo de preconceito e disse ter sido "infeliz nas palavras".

"Eu, na verdade, fui infeliz nas palavras escolhidas e quero afirmar que não possuo nenhum tipo de preconceito contra pessoas de outras raças, inclusive meu próprio pastor é negro, e nem contra pessoas com orientações sexuais diferentes da minha, pois sou próxima de várias pessoas que fazem parte do movimento LGBTQIA+".

Sinjorba sai em defesa de jornalista que sofreu ataque religioso 2y245b

  • Redação
  • 08 Jul 2021
  • 09:37h

Dandara Barreto, que denunciou crime de pedofilia, foi atacada por Frei Jorge Rocha | Foto: Reprodução/ Bahia Política

O ataque sofrido pela jornalista Dandara Barreto, por parte do Frei Jorge Rocha, por causa de uma matéria publicada na qual denunciava o crime de pedofilia, foi repudiada pelo Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba). A matéria foi publicada no dia 20 de maio. O Sinjorba define a matéria como um “cuidadoso processo de apuração, encontrando o gancho ideal, uma vez que, 18 de maio é Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil”. “O trabalho da colega, no entanto, foi alvo de ataques por parte do Frei Jorge Rocha, que tentou atingir a reputação de jornalistas no exercício profissional e no dever ético de informar e alertar a sociedade. Surpreendentemente, as verdades expostas parecem que desagradaram os pruridos do religioso, que se colocou como juiz de uma questão, à princípio, alheia ao papel de um homem de fé. O frei abusou da erudição para defender a sucursal de um portal “Global” com o qual prefere não se indispor, num texto revelador do desconhecimento sobre o papel da imprensa”, diz o sindicato em nota publicada nas redes sociais.

A pandemia é um castigo de Deus? 3b3m1g

  • Assessoria de imprensa Padre Reginaldo Manzotti
  • 06 Jul 2021
  • 13:37h

Padre Reginaldo Manzotti nos explica qual é a relação de Deus com a pandemia da Covid-19 | Foto: Divulgação

Desde o início da pandemia, nossos sentimentos estão fragilizados e enfraquecidos. Enfraquecidos por um vírus e claro, muitos outros aspectos que foram potencialmente abalados. Por isso, a grande pergunta é: você lembra que Deus disse que não nos deixaria sozinho? Então, nessa batalha, como o Senhor nos ajuda? Quais são as armas que ele nos favorece? No livro “Nova Batalha”, o Padre Reginaldo Manzotti reflete sobre a pandemia do COVID-19 e todos os combates necessários entre o natural e o sobrenatural.

No livro, o sacerdote diz que muitos veem a pandemia como um castigo ou correção de Deus, mas que isso não é verdade. “Deus não pode mandar nada de mal, pois é o Sumo Bem. O que Deus pode é permitir que uma situação ruim aconteça. Não como castigo, mas para nos corrigir, pois, como repito sempre, quem ama corrige”, fala o Padre Manzotti.

Mas, enquanto infelizmente estamos fadados a não apenas conviver, mas sim sobreviver ao vírus, é necessária uma reflexão sobre este momento de incerteza, para entender o verdadeiro motivo de estarmos ando por esse marco histórico. “Não estamos diante de um enigma, mas sim de um novo mistério da fé. Um mistério que nos obrigou a acreditar e confiar em um Deus que não castiga, que é misericordioso e que nos acolhe com amor. Sempre insisto em afirmar que nenhum mal é de Sua vontade. Por isso, as doenças, como a Covid-19, não podem ser entendidas por nós como castigo. Não se trata de ser masoquista e gostar de sofrer, mas de enxergar a realidade como ela é: as tribulações, incluídas as enfermidades surgidas de uma hora para outra, são vicissitudes”. diz o sacerdote.

Mas, se Deus não mandou a pandemia, onde Ele está no meio de tudo isso? Padre Manzotti explica. “Deus está agindo através de cada médico que está trabalhando, incansavelmente, no combate ao vírus. Em cada cientista que trabalha na produção das vacinas. Deus age através de todo trabalhador que precisa sair de casa, apesar de toda crise sanitária, para garantir o seu pão de cada dia. Deus está no coração de cada fiel que reza, diariamente”, compartilha o sacerdote.

A Nova Batalha

Medo, ansiedade e crises pessoais são alguns dos assuntos abordados em ‘A Nova Batalha – O Natural e o Sobrenatural’, o novo livro do Padre Reginaldo Manzotti. Na obra, o autor afirma ao público que estamos todos travando uma nova batalha e correndo contra o tempo. Milhões de vidas foram ceifadas ao redor do mundo, e não há mais dúvidas de que, depois da Covid-19, tudo será diferente. “O inimigo seduz tocando nos pontos fracos do ser humano: as vaidades, a sede de poder e o egoísmo alimentam isso que podemos chamar de ‘o mal do século’. As fake news também são manifestações do mal na vida cotidiana de hoje, assim como o medo da morte, da perda dos entes queridos ou do desemprego”, diz.          

Publicado pela Editora Petra, esse é o 22º livro do sacerdote, Fenômeno do mercado editorial, Padre Reginaldo Manzotti, que já ganhou três prêmios PublishNews e soma 6 milhões de livros vendidos.

O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio disse em entrevista para o site Metrópoles, que a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Regina Alves, manteve um relacionamento extraconjugal com o pastor Humberto Lúcio Lima por cinco anos.

Ainda de acordo com Eustáquio, a filha do pastor trabalha na Secretaria de Igualdade Racial e deseja “a morte do pai”. O blogueiro afirma que enviou uma carta a pastores pedindo que eles ajudassem Damares a “resolver o problema”, mas sem alarde. Em entrevista para a revista Veja, a ministra assumiu o relacionamento, mas disse que não sabia que Humberto era casado.

Além disso, Eustáquio acusa Damares de perseguição após ele ter denunciado um suposto caso de corrupção na pasta em fevereiro de 2020. A ministra teria demitido uma das três pessoas acusadas pelo blogueiro, após o caso sair na imprensa. Segundo ele, Damares ameaçava constantemente demitir sua esposa de uma das principais secretarias do ministério.

O bolsonarista, que é  investigado pelo STF no inquérito dos atos antidemocráticos, diz ter sido vítima de uma armação de Damares para ser preso, já que ele teria pedido uma reunião com a titular da pasta que acabou acontecendo no ministério, descumprindo a ordem de prisão domiciliar que Eustáquio cumpria.

Segundo Eustáquio, o chefe de gabinete de Damares encaminhou um ofício ao ministro do STF Alexandre de Moraes alertando sobre um “provável descumprimento de decisão judicial”. Três dias depois, Moraes decretou uma nova ordem de prisão.

“Foi uma armação. E foi, possivelmente, porque Damares já sabia que eu tinha informação sobre o relacionamento extraconjugal dela e porque ela sabia que eu iria confrontá-la sobre isso”, afirmou Eustáquio ao site.

Estado apresenta a prefeitos potencial mineral do Vale do Paramirim 76u2w

  • Redação
  • 19 Jun 2021
  • 07:41h

Descobertas recentes alcançam 2 bilhões de toneladas, ressalta o secretário e vice-governador, João Leão | Foto: Ascom SDE

O potencial mineral do Vale do Paramirim foi explanado pelas secretarias estaduais do Planejamento (Seplan) e de Desenvolvimento Econômico (SDE) em encontro com prefeitos de 14 municípios da região. O vice-governador, titular da Seplan e ex-secretário da SDE, João Leão, ressaltou descobertas recentes de “cerca de 2 bilhões de toneladas”de diversos minérios.

“É uma região que tem ainda um grande potencial eólico. É fundamental escutar os prefeitos para montarmos uma estratégia de atração de novos investimentos e definir melhor as ações do governo”, disse João Leão. A Província Mineral do Vale do Paramirim é formada por oito distritos mineiros com jazidas de ferro, zinco, cobre, grafeno, terras raras e fosfato.

Participaram do encontro os prefeitos de Caetité, Ibiassucê, Igaporã, Lagoa Real, Pindaí, Sebastião Laranjeiras, Tanque Novo, Guajerú, Boquira, Novo Horizonte, Licínio de Almeida e Urandi, além do presidente da Companhia Vale do Paramirim, o geólogo João Carlos Cavalcanti. .

“É importante essa ação conjunta dos prefeitos com as secretarias estaduais do Desenvolvimento Econômico e do Planejamento para promover o desenvolvimento do nosso estado, gerando riquezas, renda e melhores condições de vida para o nosso”, afirmou o titular da SDE, secretário Nelson Leal.

Justiça determina quebra de sigilo bancário e fiscal de pastor Valdemiro 42491w

  • Redação
  • 18 Jun 2021
  • 08:24h

Decisão foi tomada foi tomada por conta de uma dívida no aluguel de um imóvel | Foto: Reprodução Youtube

A Justiça determinou a quebra  dos sigilos bancário e fiscal do pastor Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus. A decisão foi tomada foi tomada por conta de uma dívida no aluguel de um imóvel em Carapicuíba, na Grande São Paulo, no qual funcionava um templo da Mundial. As informações são do portal Uol.

De acordo com a publicação, o proprietário do imóvel cobra cerca de R$ 248 mil da igreja, entre aluguéis e encargos. O advogado  do locador, Carlos Alberto Pereira, disse à Justiça haver indícios de que valores doados pelos fiéis foram “ocultados” nas contas bancárias de Valdemiro. O sigilo foi quebrado pela Justiça justamente para descobrir se há confusão patrimonial entre as contas da igreja, do apóstolo e do ex-presidente.

Em sua defesa, Valdemiro disse que não pode ser alvo da cobrança, pois não faz parte do estatuto social da igreja e tampouco assinou o contrato de locação como fiador. O apóstolo disse ainda que o proprietário do imóvel não apresentou nenhum indício de haver confusão patrimonial entre as suas contas e as da igreja. “São apenas suposições construídas pela mídia.”

Estado reforça racismo religioso histórico ao associar rituais de candomblé a satanismo 4z1o4b

  • Lula Bonfim
  • 17 Jun 2021
  • 11:20h

Estado reforça racismo religioso histórico ao associar rituais de candomblé a satanismoPolícia Civil do DF enviou imagens de suposto ritual | Foto: G1

Em perseguição ao baiano Lázaro Barbosa, de 32 anos, nascido em Barra do Mendes e suspeito da chacina que vitimou uma família em Ceilândia, a Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) teria incorrido em racismo religioso ao associar algumas fotos de um assentamento de candomblé com rituais satânicos. Essa é a opinião de especialistas consultados pelo Bahia Notícias sobre o fato, que gerou polêmica nas redes sociais nesta quarta-feira (16).

A PC-DF já tinha declarado, na segunda-feira (14), para o portal G1, que Lázaro era satanista, sem explicar exatamente o que apontava para essa definição, apenas dizendo que foram encontrados indícios de que o suspeito participa desse tipo de ritual.

Na manhã desta quarta-feira (16), o órgão afirmou que uma das vítimas foi assassinada por Lázaro em um "ritual satânico". Como provas disso, a PC-DF publicou fotos que seriam de objetos utilizados em cerimônias demoníacas, encontrados perto de um riacho e também no imóvel em que morava a mãe do suspeito, no interior de Goiás.

Ao publicar as imagens nas redes sociais, o Bahia Notícias foi alertado por diversos leitores de que muitos dos objetos não tinham relação com rituais satânicos, mas sim com assentamentos do candomblé. Para o advogado e professor de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Samuel Vida, a Polícia Civil se precipitou ao fazer a associação entre as religiões de matrizes africanas e o satanismo.

 

“Algumas das fotos remetem a alguns elementos da ritualística e da simbologia das religiosidades de matrizes africanas. Se de fato foram encontradas na casa da mãe dele, pode ser um indicativo de que a mãe de Lázaro tem alguma conexão religiosa com esse campo. O que não implica que ele tenha. Não dá para imediatamente estender essa relação e ele”, disse o advogado, que também é ogã de Xangô em um terreiro de candomblé de Salvador.

Ainda segundo Samuel Vida, as oferendas encontradas na beira de um riacho próximo ao local em que teria ocorrido um dos assassinatos podem não ter qualquer relação com o crime, visto que esses locais são considerados sagrados pelo candomblé e seria natural encontrar esses objetos nas proximidades.

“Riachos e cachoeiras são locais tradicionais de oferenda praticados pelo campo religioso de matriz africana. Portanto, o fato de serem encontradas lá, nesse local, evidências do culto não pode ser associado imediatamente a Lázaro. Provavelmente, em qualquer riacho ou cachoeira em locais onde exista a prática do candomblé, você vai encontrar pratos, velas, evidências de oferendas que nada têm a ver com sacrifício humano ou práticas criminosas. Então pode ser uma evidência muito frágil”, afirmou.

Para o professor de Direito da UFBA, ainda que Lázaro tenha uma relação com umbanda ou candomblé, isso não autoriza ninguém a conectar a prática delituosa dele com a religiosidade de matrizes africanas.

“Até porque, quando um padre é acusado de pedofilia, ninguém vai dizer que a religião católica cultua a pedofilia ou incentiva seus sacerdotes a praticarem. E olhe que isso acontece em casos numerosos! E nem por isso se permite essa associação, porque seria leviana. É evidente que qualquer religião pode ter pessoas criminosas ou pessoas adoecidas mentalmente que pratiquem crimes”, apontou.

O historiador e fundador do Coletivo de Entidades Negras (CEN) Marcos Resende também criticou a associação feita entre candomblé e satanismo realizada pela Polícia do DF. Para ele, as polícias brasileiras são redutos tradicionais de reprodução do racismo religioso no país.

“Existe uma prática antiga, que ainda se consolida em alguns nichos da Polícia, de que tudo que é do candomblé é tratado como ritual satânico. Mas, no candomblé, nós não acreditamos sequer em satanás. Eles chamam de ritual satânico ou de 'magia negra'. Inclusive, isso não combina, não tem ligação com o que nós somos. Mas é fruto do histórico do nosso país transformar tudo que é do candomblé em algo negativo. Tudo que é de negro, né?”, lamentou Resende.

“O que eu acredito que aconteceu aí é justamente mais uma ação do racismo que se estabelece ao longo da história do nosso país, com relação à negritude e às práticas do povo negro. E que demonstram, de novo, que uma parte do que acontece nas decisões adotadas, por alguns policiais e também pelo sistema de justiça, é baseado nesse campo do racismo estrutural, que olha o corpo negro como um corpo em crime. Ou a religião do negro como uma religião de pecado ou de algo negativo”, finalizou o historiador.

A CONSTRUÇÃO DO RACISMO

Samuel Vida avalia que o racismo religioso no Brasil tem três grandes motores: a origem no período colonial, com a associação feita pela Igreja Católica; a ampliação do problema com as teses científicas racistas do início do século XX; e o momento atual, com o avanço das organizações neopentecostais a partir dos anos 1980.

“Durante o período colonial e imperial, a Igreja Católica sempre desenvolveu práticas de hostilização e desqualificação dessas manifestações religiosas, atribuindo a elas um descrédito, predicados negativos baseados na teologia cristã. Então, associar as entidades divinas das religiões de matrizes africanas a demônio se originam remotamente desse tipo de postura”, analisou o professor.

Depois, já na República, no início do século XX, a perseguição às religiões de matrizes africanas ganhou uma máscara científica, com base na tese do criminoso nato, do cientista italiano Cesare Lombroso.

“Aqui no Brasil, Lombroso teve um grande seguidor que foi Nina Rodrigues, que reproduz essas teses, junto com sua escola, seus discípulos, sobretudo na Bahia, mas também no Rio de Janeiro. Ele produz uma leitura antropológica que associa as religiões de matrizes africanas a doença mental, a práticas degenerativas, a manifestações que estariam na fronteira da criminalidade”, explicou o advogado.

Durante todo esse tempo, o estado manteve-se atuante como reprodutor do racismo religioso, especialmente com a atuação das polícias. O delegado Pedro Gordilho, mais conhecido como Pedrito, ficou famoso em Salvador, na década de 1920, por fechar terreiros de candomblé, confiscar objetos religiosos e prender sacerdotisas afro-brasileiras.

“O Estado brasileiro cumpriu um papel decisivo, reforçando essa ideia da criminalização, associando práticas delituosas aos ritos religiosos de matrizes africanas. Até 1976, os terreiros, para praticar qualquer rito público, dependiam de autorização policial. Essa norma foi revogada durante o governo de Roberto Santos, a partir da mobilização do povo de santo”, opinou Samuel.

Alguns dos materiais religiosos apreendidos por Pedrito nos anos 1920 estiveram, até o final da década de 1980, no Museu do Crime, do Departamento de Polícia Técnica (DPT) da Bahia, quando foram recuperados pela atuação de organizações do movimento negro, em conjunto com o Ministério Público.

O terceiro motor, segundo Samuel Vida, se inicia nos anos 1980, que coincide com a expansão das religiões neopentecostais, como a Igreja Universal do Reino de Deus, que assumiu um discurso agressivo de demonização das religiões de matrizes africanas desde o início.

“O bispo da Universal, Edir Macedo, é autor de um livro de ampla circulação chamado ‘Orixás: Deuses ou Demônios’. Nós chegamos a questionar a circulação desse livro no Supremo Tribunal Federal, porque a liberdade de expressão não deveria comportar discurso de ódio”, criticou o advogado.

O PAPEL DA IMPRENSA

Perguntado sobre qual seria o papel da imprensa na construção e na desconstrução do racismo religioso, o professor Samuel Vida afirmou que o jornalismo pode ser muito útil pela disseminação de informações qualificadas, devidamente ponderadas e pesquisadas, diferentemente do que já foi feito pelos jornais do ado. 

“Ao longo do tempo, nós vamos ter dois papéis cumpridos pela imprensa. No primeiro momento, a imprensa foi aliada da repressão. Se a gente pesquisar os jornais do final do século XIX e das primeiras décadas do século XX, nós vamos encontrar os órgãos de imprensa alinhados com o discurso da Igreja Católica e do Estado, cobrando medidas repressivas e divulgando de forma sensacionalista prisões de lideranças negras”, relatou o ogã de Xangô.

“No segundo momento, nós vamos ter o papel destacado de um jornalista, um intelectual negro, que é o Edson Carneiro. A imprensa vai cobrir o Congresso Afro-Brasileiro, realizado na Bahia, de uma forma bem mais respeitosa, dando voz, oportunizando que lideranças religiosas, antropólogos e sociólogos desmistificassem o preconceito”, continuou.

Samuel defende a necessidade de se ouvir as pessoas do candomblé e das demais religiões de matrizes africana antes da divulgação de informações que podem atingir os praticantes da doutrina. Por outro lado, apesar disso, ele não espera que a imprensa defenda sua religiosidade.

“Nossa expectativa é que a imprensa se mantenha no campo de quem informa. Não tem que tomar partido, nem promover. A imprensa não tem dever nenhum de nos promover, até porque o candomblé não é uma religião de proselitismo. Mas a imprensa tem o dever de informar de maneira isenta, fundamentada, pesquisada e garantindo oportunidade de manifestação das pessoas”, finalizou o professor.

Bens da igreja de Valdemiro Santiago serão leiloados após calote em aluguéis 675a6v

  • Redação
  • 05 Jun 2021
  • 08:40h

Foto: Reprodução/YouTube

A Justiça de São Paulo decidiu leiloar bens da Igreja Mundial do Poder de Deus em razão de uma dívida de cerca de R$ 39 mil em aluguéis, segundo o colunista Rogério Gentile, do jornal Folha de S. Paulo. Fundada pelo apóstolo Valdemiro Santiago, em 1998, a igreja alugou um imóvel residencial em Guarulhos (SP) em maio de 2017 para hospedar a família de um pastor.

De acordo com o colunista, em dezembro de 2017, no entanto, parou de fazer os pagamentos, embora apenas tenha deixado o imóvel em novembro do ano ado, após sofrer um despejo coercitivo.

A dívida total atingia por volta de R$ 109 mil, considerando correção monetária, juros e multas, mas cerca de R$ 70 mil foram pagos mediante a penhora das contas bancárias da igreja.

Ainda conforme Gentile, o valor remanescente, de cerca de R$ 39 mil, será pago com o leilão de painéis de LED da igreja, avaliados em R$ 1,2 milhão.

No ano ado, a Mundial, que não nega a dívida, tentou adiar o pagamento afirmando que, com a pandemia do coronavírus, houve uma redução de suas atividades religiosas e perda na arrecadação de dízimos.

MPF investiga Igreja Universal por ações contra escritor que postou sobre pastores e Bolsonaro 1b3j18

  • Redação
  • 26 Mai 2021
  • 15:33h

Notificada sobre a representação da ABI pelo MPF, a Igreja Universal não se manifestou | Foto: Pragmatismo Político

O Ministério Público Federal abriu um inquérito para investigar se a Igreja Universal do Reino de Deus agiu para violar o direito à liberdade de expressão do escritor João Paulo Cuenca. Segundo a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, em 2020, pastores de várias regiões do país foram à Justiça contra J. P. Cuenca com uma série de processos de injúria. Segundo a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), autora da representação que baseou a abertura de inquérito, são 143 ações. Há petições idênticas, o que, para a ABI, indica uma ação orquestrada da Igreja Universal. O alvo delas é um tuíte de Cuenca de junho do ano ado. Ele postou: “O brasileiro só será livre quando o último Bolsonaro for enforcado nas tripas do último pastor da Igreja Universal”. Notificada sobre a representação da ABI pelo MPF, a Igreja Universal não se manifestou.

Conquista: STJ proíbe delegado de polícia de frequentar congregação religiosa 4x5e3i

  • Sudoeste Digital
  • 21 Mai 2021
  • 13:52h

(Foto: Reprodução)

Por unanimidade, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou habeas corpus impetrado por um delegado de polícia contra decisão judicial que o proibiu de frequentar os eventos e rituais de uma igreja mórmon, sob pena de multa de R$ 10 mil para cada ato de descumprimento.

O delegado e sua esposa foram acusados de comportamento agressivo e desrespeitoso com o líder e outros membros de um ramo da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, sediado em Vitória da Conquista. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados e, devido a isso, não foi possível localizar a defesa deles. 

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) confirmou a tutela antecipada requerida pela entidade religiosa com o objetivo de impedir o o do delegado.

No habeas corpus apresentado ao STJ, o delegado alegou que houve a perda de objeto da ação movida pela igreja, ilegitimidade ativa da autora e constrangimento ilegal decorrente da decisão impugnada, a qual teria cerceado seu direito de locomoção, ao impedi-lo de entrar na congregação.

Ameaças

Ao negar o habeas corpus, o relator, ministro Marco Aurélio Bellizze, explicou não haver constrangimento ilegal na decisão da Justiça da Bahia.

"A decisão está concretamente fundamentada nas provas apresentadas e se revela proporcional à gravidade dos fatos, os quais demonstraram que o comportamento do réu estava trazendo sérios riscos à integridade física e psíquica dos integrantes da igreja", explicou.

O magistrado frisou que, nos autos, há relatos de que o delegado, que possui porte de arma de fogo devido à sua profissão, "chegou a apontar a arma e ameaçar um líder religioso da referida congregação, após o encerramento de um culto, na frente de diversas pessoas, inclusive crianças".

Bellizze informou que os fatos deram origem a três ações penais, para apuração de dois crimes de ameaça e um de injúria, além de ter sido instaurado procedimento istrativo disciplinar na Corregedoria da Polícia Civil da Bahia, a fim de apurar os eventos ocorridos no templo religioso.

Liberdade de culto

"Embora a Constituição da República de 1988 consagre a liberdade de culto religioso como direito fundamental (artigo 5º, inciso VI), vale destacar que não existe direito absoluto no ordenamento jurídico pátrio. Assim, o exercício da liberdade de culto do réu encontra limite no respeito aos demais direitos e garantias fundamentais previstos constitucionalmente, dos quais se destaca o direito à integridade física e psíquica dos demais membros da Igreja, que estava sendo colocado em risco com a presença do paciente na congregação", afirmou.

O ministro acrescentou que não houve restrição à liberdade de culto do delegado, já que a decisão do TJBA o proibiu apenas de comparecer à unidade religiosa em que ocorreram os fatos, mas não o impediu de frequentar congregação diversa, pertencente à mesma Igreja, como já estaria acontecendo, de acordo com o tribunal estadual.

"Em relação às alegações de perda de objeto e ilegitimidade ativa da associação religiosa autora, não se revela possível a análise pela via estreita do habeas corpus, a qual não comporta dilação probatória, devendo o impetrante impugnar tais matérias pelos meios recursais próprios perante as instâncias ordinárias", concluiu o relator. | imagem meramente ilustrativa. 

Homem é preso suspeito de matar pai de santo a facadas em terreiro 541012

  • Redação
  • 20 Mai 2021
  • 17:31h

(Foto: Reprodução)

Um homem de 19 anos foi preso na manhã desta quinta-feira (20) no bairro de Sussuarana, em Salvador, suspeito de matar um pai de santo, na capital baiana. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), ele demonstrou frieza no momento da prisão.

Segundo a SSP-BA, Aldemir Sacramento dos Santos, 43 anos, conhecido como o Pai Dola, foi morto com golpes de faca no dia 24 de abril deste ano, dentro do Terreiro Ylê Axé Iya Omi Tologi Baruô, onde residia, no bairro de Alto de Coutos.

De acordo com as investigações da 3ª Delegacia de Homicídios (3ª DH), o suspeito do crime e a vítima eram amigos e consumiram bebidas alcoólicas no dia do crime. Ainda segundo a SSP-BA, o jovem preso informou que um desentendimento com o pai de santo motivou o crime.

O homem, que não teve a identidade divulgada, estava na casa da namorada quando foi preso. A SSP-BA informou que no momento da prisão, ele sorriu algumas vezes e durante conversa preliminar com delegado e investigadores, o jovem assumiu o assassinato, com detalhes e demonstrou frieza.

Além de atingir o pai de santo com a faca, testemunhas informaram que joias, dinheiro e um notebook desapareceram do local. Entretanto, essa informação ainda está sob investigação.

Além do mandado de prisão temporária, os policiais cumpriram ordens judiciais de busca e apreensão na casa da namorada e também na residência da mãe do suspeito. Ele será encaminhado para exames perícias e ao sistema prisional.